Como comenta o administrador de empresas Fernando Trabach Filho, discutir a relação entre emissão de carbono e déficit público é cada vez mais necessário em um contexto no qual as crises climática e fiscal se entrelaçam. A emissão de gases de efeito estufa está diretamente ligada a setores altamente subsidiados pelo Estado, como transporte, energia e agricultura, o que gera pressões sobre o orçamento público e compromete o equilíbrio das contas.
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Como a relação entre emissão de carbono e déficit público impacta o orçamento do Estado?
A relação entre emissão de carbono e déficit público se manifesta de forma direta nas contas governamentais quando analisamos os custos associados aos danos ambientais provocados por atividades poluentes. Enchentes, secas prolongadas e outros eventos climáticos extremos geram prejuízos que exigem grandes desembolsos do setor público com reconstrução de infraestrutura, assistência social e reforço em sistemas de saúde e defesa civil. Esses gastos não planejados pressionam o orçamento e contribuem para o aumento do déficit fiscal.

Além disso, muitos setores que mais emitem carbono são justamente os que recebem incentivos fiscais e subsídios do Estado, como a indústria automobilística, o agronegócio intensivo e a produção de energia a partir de combustíveis fósseis. Ao subsidiar essas atividades sem contrapartidas ambientais claras, o governo amplia a emissão de carbono e, ao mesmo tempo, compromete a arrecadação. Como destaca Fernando Trabach Filho, isso gera um ciclo vicioso de estímulo à poluição e fragilidade fiscal.
Quais são os mecanismos fiscais que podem reduzir a emissão de carbono e o déficit público simultaneamente?
Uma maneira de enfrentar a relação entre emissão de carbono e déficit público é por meio da criação ou ampliação de instrumentos de precificação do carbono, como impostos sobre emissões ou sistemas de comércio de créditos de carbono. Ao internalizar os custos ambientais das atividades poluentes, esses mecanismos desestimulam comportamentos nocivos ao meio ambiente e geram receita adicional ao Estado, ajudando a conter o déficit fiscal.
Além disso, a reforma dos subsídios é uma medida crucial. Eliminar ou redirecionar incentivos fiscais que favorecem práticas altamente emissoras — e, em contrapartida, estimular setores de baixo carbono — pode promover uma transição energética mais justa e financeiramente viável. De acordo com o administrador de empresas Fernando Trabach Filho, os recursos economizados ou arrecadados com essa mudança podem ser reinvestidos em saúde, infraestrutura verde, transporte público e programas sociais, reduzindo pressões orçamentárias.
Outra estratégia eficaz é condicionar linhas de financiamento público à adoção de metas ambientais. Bancos públicos e programas de incentivo podem vincular suas concessões a critérios de sustentabilidade, promovendo comportamentos mais responsáveis do ponto de vista climático e fiscal. Dessa forma, a relação entre emissão de carbono e déficit público pode ser enfrentada de maneira integrada, com políticas que beneficiem simultaneamente o meio ambiente e as finanças públicas.
Como políticas públicas sustentáveis influenciam positivamente a relação entre emissão de carbono e déficit público?
Segundo Fernando Trabach Filho, a adoção de políticas públicas sustentáveis pode reverter os impactos negativos da relação entre emissão de carbono e déficit público, promovendo uma economia mais resiliente, limpa e fiscalmente equilibrada. Planos de mobilidade urbana baseados em transporte coletivo eficiente e não poluente, por exemplo, reduzem a necessidade de expansão de infraestrutura rodoviária, diminuem os congestionamentos e melhoram a qualidade do ar — o que, por sua vez, reduz custos com saúde e manutenção urbana.
No setor energético, a priorização de fontes renováveis pode reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados ou subsidiados, tornando o país mais autossuficiente e menos vulnerável a choques externos. Investimentos públicos bem direcionados em energia solar, eólica e biomassa contribuem para diversificar a matriz energética e gerar empregos, ampliando a arrecadação e fortalecendo a estabilidade fiscal.
Autor: Thomas Hay